Pietà, como um tema na arte cristã, representação da Virgem Maria apoiando o corpo do Cristo morto. Algumas representações da Pietà incluem João Apóstolo, Maria Madalena, e por vezes outras figuras de ambos os lados da Virgem, mas a grande maioria mostra apenas Maria e o seu Filho. A Pietà foi amplamente representada tanto na pintura como na escultura, sendo uma das mais pungentes expressões visuais de preocupação popular com os aspectos emocionais das vidas de Cristo e da Virgem.
O tema, que não tem fonte literária mas cresceu a partir do tema da lamentação sobre o corpo de Cristo, apareceu pela primeira vez no início do século XIV na Alemanha. Logo se estendeu a França e gozou de grande popularidade no norte da Europa, nos séculos XIV e XV. Embora a Pietà tenha permanecido sobretudo um tema franco-alemão, a sua representação suprema é aquela completada por Miguel Ângelo em 1499 e alojada na Basílica de São Pedro em Roma. Influenciado pelo estilo do norte, Miguel Ângelo drapejou a figura de Cristo através do colo de Maria. Através deste desenho piramidal e dos detalhes das suas figuras, Miguel Ângelo criou uma cena que exibia ao mesmo tempo agonia, solenidade, e resignação heróica.
Fotografia de Katie Chao. The Metropolitan Museum of Art, New York City, The Cloisters Collection, 1948 (48.85)
O formato da Virgem com o corpo de Cristo de joelhos era padrão até ao século XVI, quando, influenciados pela preocupação renascentista com a lógica e as proporções, os artistas geralmente retratavam Cristo deitado aos pés da Virgem, com apenas a cabeça encostada aos joelhos dela. Esta forma foi adoptada pela arte barroca italiana e passou para Espanha, Flandres e Holanda.
p>A arte mais religiosa sofreu um declínio após o século XVII, mas, devido ao seu especial apelo emocional, a Pietà continuou a ser um tema vital até ao século XIX.