“Não matarás” (Ex. 20:13).
– Êxodo 20:13
Voltando ao nosso exame de como os temas do antigo pacto são cumpridos no novo, retomamos o nosso estudo dos Dez Mandamentos em Êxodo 20:13 com o sexto mandamento. A proibição de homicídio é fundamental não só para regular a vida na comunidade do pacto mas também para garantir uma sociedade justa.
É importante que compreendamos que este mandamento se refere a homicídio, não a todos os homicídios. Muitos de nós provavelmente já ouvimos ou memorizámos este estatuto como “Não matarás”, o que é uma tradução aceitável. No entanto, o termo kill em inglês não capta realmente toda a nuance do termo hebraico, que é mais semelhante ao acto específico de homicídio ilegal, também conhecido como homicídio. Esta ordem deve referir-se ao homicídio ilegal porque, de facto, há várias ocasiões nas Escrituras em que Deus ordena ao Seu povo que tire a vida de outros. Além disso, em certos casos o homicídio não é apenas permitido, é mandado.
p>Talvez o melhor exemplo disto seja a pena capital. Logo no início das Suas relações com a humanidade, o Senhor revelou que aqueles que derramam sangue inocente devem ser eles próprios levados à morte pelas autoridades legítimas (Gn 9:5-6). O nosso Criador atribui um valor tão elevado à vida humana que aqueles que a tomam injustamente perdem o seu próprio direito de viver. Por este estatuto, Deus diz-nos que o respeito pela vida, especialmente a do nosso próximo, é para animar cada decisão ética que tomamos. Outros crimes podem ser punidos menos severamente, mas, pelo menos em princípio, o assassinato premeditado de outro ser humano deve ser sempre recompensado em espécie com a execução do assassino (Números 35:9-34). Segundo o novo pacto, o direito de administrar a pena capital é dado ao Estado, não à igreja (Rom. 13:1-7).p>P>Dizer que cumprimos este mandamento se nos limitarmos a abster-nos de matar seria perder o espírito desta lei em particular. John Calvin lembra-nos que “na Lei a vida humana é instruída não apenas na decência exterior, mas na justiça espiritual interior” (Institutos da Religião Cristã 2.8.6). O mandamento trata também de realidades interiores – neste caso, aquelas atitudes interiores que, se não forem controladas, resultarão em homicídio. Quando vemos com raiva que é injusta e não controlada, quebramos o sexto mandamento (Matt. 5:21-26).
Coram Deo
Ephesians 4:26 diz-nos que há alturas em que podemos estar justamente zangados, mas distinguir isto do tipo de maldade proibida no sexto mandamento pode ser bastante difícil. Devemos ser cautelosos quando nos sentimos zangados com outras pessoas, perguntando-nos se estamos certos em ficar tão loucos. Que na nossa raiva não desejemos mal aos outros, mas que vejam o erro dos seus caminhos e se arrependam.
Passagens para Estudo Adicional
Psalm 4:4
Jeremias 41
1 Pedro 4:14-16
1 João 3:11-15