O Herpes simples é moléstia infectocontagiosa crônica e, por vezes, recorrente, tendo como agente causador dois tipos diferentes do vírus herpes simples (HSV-1 e HSV-2). A transmissão do Herpes ocorre através das superfícies mucosas ou das soluções de continuidade na pele. Os principais locais incluem a mucosa oral, ocular, genital e anal. O HSV-2 tem como via preponderante de contágio a relação sexual ou o canal do parto, nas gestantes infectadas.
Mais de 90% da população em geral, por volta dos 40 anos, já teve contato com o vírus. O contato com lesões clínicas é a forma usual de contágio. No entanto, há casos de transmissão do vírus por parte de pessoas que não apresentam sinais na pele. Excreção salivar em pacientes assintomáticos pode ser observada em até 9% dos adultos e 5% das crianças infectadas. Cerca de 50% dos casos de herpes neonatal ocorrem em mulheres sem evidências clínicas de herpes genital durante o parto. Estima-se que apenas 10 a 20% dos pacientes infectados se definam como portadores de herpes simples; até 60% dos indivíduos soropositivos para o HSV não apresentam sintomas e assim não se consideram portadores da doença. Muitas vezes, prováveis recidivas do Herpes Simples são interpretadas como estados gripais, aftas ou infecções genitais inespecíficas.
A infecção pelo HSV-1 tem-se tornado cada vez mais frequente em indivíduos cada vez mais jovens. O aumento na incidência da infecção herpética genital pelo HSV-1 é, também, tendência mundial. Todavia os dois tipos virais podem causar infecção genital ou orolabial.
As manifestações clínicas dependem, do local de inoculação viral, da imunidade do hospedeiro e do tipo de vírus adquirido. A primeira vez que o paciente desenvolve a doença é, geralmente, assintomática ou manifesta-se por meio de sintomas inespecíficos. Essa primeira manifestação do herpes simples pode ocorrer até em pacientes saudáveis. Geralmente na primeira infecção são sintomas frequentes: febre, cefaleia, mialgias e cansaço. Em cerca de 24 horas surgem manchas avermelhadas no local da inoculação, acompanhadas de ardor, coceira e dor. Sobre a base avermelhada surgem pequenas bolhas agrupadas, que permanecem íntegras por cerca de quatro a cinco dias. Quando então estouram, para depois haver a reparação. Esse quadro perdura por período de duas a três semanas. Pode ocorrer aumento dos linfonodos em até 75% dos casos.
Complicações
A complicação local mais comum no são as infecções secundárias. Nos homens não circuncisados pode ocorrer o quadro de fimose ou parafimose. O herpes extragenital ou labial é menos associado a complicações durante a primeira infecção. Outro padrão completamente diferente é a infecção herpética recorrente, que se manifesta, quase sempre, no mesmo local. O herpes simples, em especial o herpes orolabial, chega a acometer 10% da população. Sintomas prévios como ardor e dor são mais discretos do que os observados na primeira infecção. Seguem-se vermelhidão e vesículas agrupadas, erosões, crosta e reparação. A duração de todo o processo é, em média, de uma semana.
Tipos de Herpes
- Gengivoestomatite Herpética
A Gengivoestomatite Herpética Aguda (GEHA) é a primeira infecção causada pelo vírus herpes simples (HSV). O Vírus Herpes Simples apresenta dois grupos sorotipo diferentes, o HSV-1 e HSV-2. O sorotipo 1 é responsável pelas infecções bucais e peribucais. O sorotipo 2 é responsável pelas infecções genitais recorrentes. Frequente entre as crianças de um a seis anos de idade com predileção para o gênero feminino e pela raça branca três vezes mais que em negros. A forma de contágio mais comum é por contato direto, normalmente pelo beijo. As manifestações clínicas regridem espontaneamente e quase por completo no período de dez a quatorze dias.
- Herpes Labial
O herpes labial é uma doença infecciosa causada pelo vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1). Esse vírus é muito comum na raça humana e estima-se que 90% da população mundial possui o vírus. Desses, apenas 10% manifestam a doença. A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Algumas pessoas tem maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento. As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas pode aparecer em qualquer lugar da pele. Fases da doença:
- Inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões;
- Formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada;
- As bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença;
- A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização;
- A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.
- Herpes Genital
O herpes genital é uma infecção viral transmitida sexualmente que afeta a pele ou as membranas mucosas dos genitais. O herpes genital é causado por dois vírus: Vírus do herpes simples tipo 2 (HSV2) e vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1). O vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2) origina a maioria dos casos genital. O HSV-2 pode se espalhar através de secreções da boca ou dos genitais. Na maioria das vezes, o vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) causa infecções nos lábios (comumente chamadas de aftas ou herpes de boca). O HSV-1 pode se espalhar da boca aos genitais durante o sexo oral. As infecções genitais por HSV-2 são mais comuns em mulheres (aproximadamente 1 em cada 4 mulheres está infectada) do que em homens (aproximadamente 1 em cada 8 homens está infectado). A herpes genital é considerada uma forma grave de infecção e sempre deve ser diagnosticada por um profissional médico. Se suspeitar que você tem herpes consulte um médico ou profissional de saúde.
Confira vídeo sobre o Herpes Genital, onde o Dr. Drauzio Varella explica mais detalhes de transmissão e prevenção: